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terça-feira, 20 de abril de 2010

Tu és

Tu És (D. Camarte)

Tu és... e os teus olhos dizem

A ternura em tom de tristeza

Desespero do amor proibido

O grito de ajuda escondido

Atrocidade de uma incerteza



Tu és... e os teus olhos falam

De conflitos em clima de paz

Da poesia jamais declamada

De um Sol que não tem alvorada

De uma névoa que não se desfaz



Tu és... e os teus olhos mostram

Ardência que se auto-consome

O tudo contido no nada

Realidade e conto-de-fada

Cometa que surge e que some



Tu és... e os teus olhos revelam

O presente num tempo perdido

A rosa que não desabrocha

O macio e a rigidez da rocha

O eco jamais repetido



Tu és... e os teus olhos confessam

O infinito à procura de espaço

A torre vazia de sino

Partitura perdida de um hino

O amor com frieza do aço

És grande demais pro teu porte

E só não vê quem não quer

És diva de amor e desejo

Pois é assim que eu te vejo

Um símbolo e uma mulher.



D. Camarte (Djalma).

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